Segundo a Fiesp 36% das empresas transportadoras desistiram dos negócios devido a roubo de carga nas estradas
O roubo de carga é um verdadeiro perigo para a realidade de muitas empresas transportadoras. Esse crime pode afetar fortemente a economia por seus efeitos em cadeia, resultando em perda de competitividade, com a transferência dos custos extras para a sociedade através do preço final das mercadorias.
Um dado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela que 36% das empresas transportadoras desistiram dos negócios devido aos assaltos nas estradas. Pesquisas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) demonstram que esse crime está crescendo cada vez mais no Brasil e se tornando um pesadelo para empresários e motoristas.
O roubo de carga nos últimos anos
Em 2016 foi registrado cerca de 22.547 casos de roubo de cargas no país, ao todo foram 4.056 casos acima do registrado em 2015. Este crescimento foi alavancado pelos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com 2.637 e 1.453 ocorrências a mais que o ano anterior respectivamente.
Somente nesses dois locais estão 84% dos roubo de carga no Brasil. Apesar de grande parte dos roubos ocorrerem em apenas dois estados, é preocupante o aumento dessa infração nas outras localidades.
Segundo um estudo da Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística, apresentado em maio de 2018, de cada cinco roubos, quatro ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esses crimes resultam em altas nos custos com seguro para as empresas, o que já representa 14% do faturamento.
Junto ao crescimento das ocorrências dos roubo de carga, o combate a esta prática no Brasil tem sido dificultado por pelo menos três fatores: maior atuação de grandes organizações criminosas, que transformaram esse crime em fonte de financiamento; falta de ações mais rigorosas voltadas para punir, em
conjunto, todos os elos da cadeia criminosa; carência de estrutura das forças de segurança diretamente relacionadas ao combate ao roubo de cargas.
Prejuízo do roubo de carga em números
Ainda segundo a Firjan, entre os anos de 2011 e 2016 foram registrados 97.768 casos de roubos, gerando prejuízo para as transportadoras de aproximadamente R$ 6,1 bilhões.
Já no ano de 2017 o prejuízo chegou a R$ 1,5 bilhão. Somados, são cerca de 7,6 bilhões de reais em apenas sete anos. Dessa forma, é extremamente perigoso se tornar um empreendedor que pretende realizar o transporte de cargas no Brasil.
Segundo o portal Guia do Transportador, as cargas mais visadas são as de fácil escoamento no varejo e de difícil reconhecimento de fonte de origem. O levantamento da consultoria FreighWatch Internacional apontou quais são os produtos mais roubados por estados brasileiros:
- São Paulo – Alimentos & Bebidas, Combustíveis e Eletrônicos;
- Rio de Janeiro – Alimentos & Bebidas, Eletrônicos e Álcool;
- Minas Gerais – Cigarros, Medicamentos e Eletrônicos. Especificamente no
- Triângulo Mineiro há um destaque especial para as cargas de Fertilizantes;
- Paraná – Alimentos & Bebidas e Produtos de Limpeza;
- Porto Alegre – Combustíveis.