Combustível para frota: álcool ou gasolina? Veja qual compensa mais

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Uma gestão eficiente exige o conhecimento e o controle de gastos. Sem atenção aos custos e despesas, fica difícil manter a saúde financeira da empresa e até mesmo a sua rentabilidade, e na gestão de frotas essa importância não é menor.

Os gastos logísticos, aliás, podem estar entre os principais gastos da empresa e, algumas reduções podem gerar melhorias muito importantes. Se esse for o objetivo, a análise dos valores gastos em combustível para frota também é essencial.

Afinal, além de ser um dos principais gastos na logística, influencia os preços de produtos e serviços e competitividade da empresa, portanto, controlar o consumo de combustível é muito importante.

Para isso, o gestor precisa conhecer o rendimento de cada ativo. É essencial analisar, por exemplo, quantos quilômetros cada veículo é capaz de rodar e o consumo de combustível.

Esse tipo de informação não precisa, no entanto, ser calculada manualmente. Por meio de um sistema de rastreamento ou de telemetria, é possível ler os números relacionados ao consumo de combustível, velocidade, desempenho de cada veículo e até de outras variáveis que influenciam nos gastos. Esses dados orientam decisões que podem ajudar a reduzir o consumo de combustível da frota, como a promoção de treinamento de motoristas, melhor roteirização, criação de um calendário de manutenção preventiva e até redução na carga.

A utilização de um sistema com monitoramento em tempo real pode ajudar o gestor de frota a reduzir custos e a manter a produtividade, embora isso possa ser um desafio, até mesmo devido a variáveis sobre as quais não se tem controle, como o aumento no preço do combustível.

O preço da gasolina, aliás, pode variar devido a fatores diversos, como a instabilidade na política e econômica,  preço do petróleo nas refinarias, tributos e até a cotação do dólar, o que dificulta o controle de gastos, mas aumenta a necessidade de controlar o consumo de combustível.

Esse objetivo pode ser conquistado por meio de uma melhor roteirização que considere os melhores fornecedores e caminhos mais seguros e rápidos, mas também a escolha de um combustível que esteja mais de acordo com os veículos e os objetivos da empresa.

Nesse sentido, apresentamos, neste artigo, as diferenças entre o álcool e a gasolina e algumas orientações que podem ajudá-lo a escolher o melhor combustível para a sua frota.

Álcool ou gasolina: compreenda as diferenças entre ambos

A principal diferença entre esses combustíveis está na sua matéria-primeira e nos processos de fabricação, o que influencia, naturalmente, seu preço, mas também o desempenho dos veículos.

A gasolina é um combustível fóssil derivado do petróleo, substância oleosa que se forma no subsolo de bacias sedimentares e que, devido à sua escassez e a outros fatores de produção, costuma apresentar variações grandes em seus preços.

Embora seja mais cara e poluente, ainda é um combustível muito utilizado em frotas porque proporciona aos veículos maior autonomia, além de ajudar a lubrificar o motor.

O álcool etílico, ou etanol, em comparação à gasolina, proporciona desempenho inferior a veículos que devem, por isso, abastecer mais vezes em uma mesma distância.

No entanto, o biocombustível, que tem origem em fontes renováveis de matéria-prima, como a cana-de-açúcar e o milho, oferece outros benefícios.

O etanol é mais sustentável devido à sua origem e porque polui menos a atmosfera, além de ser, geralmente, uma opção de combustível menos onerosa.

A gestão deve considerar, portanto, não apenas o preço e a autonomia do combustível, mas os benefícios de cada opção, a estratégia e os objetivos da empresa.

Como saber qual combustível é mais vantajoso para sua frota

Você precisará fazer uma análise gerencial e considerar, por exemplo, os objetivos da empresa, sua estratégia de mercado e, não menos importante, a frota e suas operações logísticas.

Se você considerar apenas o preço dos combustíveis, poderá eleger o etanol como a opção ideal, mesmo com a autonomia inferior. É importante, no entanto, considerar outros fatores que podem influenciar a decisão.

Se o seu objetivo é reduzir o custo com o combustível da frota, pode utilizar uma fórmula matemática para escolher a opção ideal, de acordo com o rendimento dos veículos, o preço do etanol e da gasolina.

Segundo uma estimativa criada com base em dados do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o álcool deve custar até 70% o preço da gasolina para garantir um melhor custo/benefício.

Nesse sentido, você precisaria multiplicar o preço da gasolina por 0,7 e o resultado indica o preço máximo pelo qual valeria a pena abastecer com etanol. Segundo uma reportagem, o preço médio da gasolina em São Paulo é de R$5,847 em outubro de 2021 e, portanto, R$4,0929 deveria ser o valor máximo do litro do etanol, de acordo com essa fórmula.

A opção pelo biocombustível, portanto, não se justificaria no momento porque o preço do litro do etanol no mesmo período é de R$4,529 em média na capital paulista.

No entanto, essa é apenas uma estimativa, pois existem diferenças de qualidade de combustível e de desempenho dos motores dos veículos. Portanto, para um resultado mais realista, é importante utilizar os dados da própria frota no cálculo.

Para isso, você deverá mensurar quantos quilômetros um mesmo veículo percorre com ambos os tipos de combustível e dividir o desempenho do etanol pelo desempenho da gasolina.

Suponhamos que o veículo percorra 8 km/l com etanol e 11 km/l com gasolina. Se você utilizar essa fórmula, o resultado será 0,75 ou, em percentual, 75%.

Consumo de etanol / Consumo de gasolina

Esse número significa que, para valer a pena abastecer com álcool, seu preço deveria ser de até 75% o preço da gasolina.

Então, basta multiplicar 0,75 pelo preço do litro da gasolina para saber o valor máximo que justifica, financeiramente, a opção pelo álcool.

Se considerarmos o preço médio citado, R$5,847, o biocombustível deveria custar até R$4,385 e, portanto, nesse caso, valeria a pena, já que o preço do litro médio do etanol é de R$4,529.

No entanto, o gestor de frota pode ter como objetivo a melhoria na autonomia dos veículos e não a redução de custos, por isso, é importante considerar a estratégia da empresa.

Nesse caso, é interessante considerar as rotas dos veículos, os postos de combustível no caminho e, claro, os preços da gasolina e do álcool etílico para uma decisão mais alinhada com os objetivos da empresa.

Afinal, mesmo custando mais, a maior autonomia da gasolina permite que os veículos façam menos paradas para abastecer, o que pode ser interessante em questão de tempo, maior segurança e qualidade dos fornecedores.

No entanto, se o etanol promover uma economia significativa e se existem postos de confiança nas rotas dos veículos, o biocombustível pode ser uma opção mais interessante, até mesmo por outros motivos, como responsabilidade socioambiental ou para melhorar as finanças da empresa.

O gestor de frota deve considerar, portanto, diversos dados, a estratégia e os objetivos da sua empresa para escolher o combustível para frota ideal, que reduza custos e mantenha um bom desempenho.

Você quer mais dicas a respeito desse assunto? Então leia o artigo “Controle de combustível para frotas: como realizar com precisão”.

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